4 de novembro de 2016

Uma certa sensação de desamparo e de que falta algo em nós corresponde a um desconforto que nos acompanha desde o dia do nosso nascimento.
O elo amoroso atenua nosso vazio; quando ele se rompe, o desamparo retorna: a separação não é a causa do desamparo; ele apenas reaparece!
Quem aprende a lidar com o desamparo vive sozinho muito bem: ele se atenua quando estamos entretidos com o trabalho, com atividades de lazer...
O convívio social com amigos (e eventuais paqueras) atenua o desamparo dos mais extrovertidos. Os introvertidos preferem os livros, filmes...
O fato é que a condição dos solteiros só tem melhorado: além das facilidades tecnológicas, não há mais preconceito ou discriminação social.
Os casamentos estão em crise; a vida dos solteiros só tem melhorado; conclusão: o número dos que optam por viver sozinhos tem crescido muito.
O casamento só voltará a ser prioridade quando as escolhas forem baseadas em afinidades: sem conflitos, cobranças e com gostos parecidos...Uma certa sensação de desamparo e de que falta algo em nós corresponde a um desconforto que nos acompanha desde o dia do nosso nascimento.
O elo amoroso atenua nosso vazio; quando ele se rompe, o desamparo retorna: a separação não é a causa do desamparo; ele apenas reaparece!
Quem aprende a lidar com o desamparo vive sozinho muito bem: ele se atenua quando estamos entretidos com o trabalho, com atividades de lazer...
O convívio social com amigos (e eventuais paqueras) atenua o desamparo dos mais extrovertidos. Os introvertidos preferem os livros, filmes...
O fato é que a condição dos solteiros só tem melhorado: além das facilidades tecnológicas, não há mais preconceito ou discriminação social.
Os casamentos estão em crise; a vida dos solteiros só tem melhorado; conclusão: o número dos que optam por viver sozinhos tem crescido muito. O casamento só voltará a ser prioridade quando as escolhas forem baseadas em afinidades: sem conflitos, cobranças e com gostos parecidos...

30 de outubro de 2016

A medicina, assim como as outras ciências, está em constante evolução. A medicina tem protocolos que variam de acordo com a época e o lugar. Mas a medicina também é arte, e arte é algo que confere liberdade. Portanto, os médicos têm a liberdade de seguir esses protocolos mais de perto ou menos de perto. Nesse ponto me sobrevém a dúvida: quando é que medicamentos devem realmente ser usados? Qualquer medicamento pode produzir reações adversas nos pacientes que são sensíveis aos seus componentes. Como saber se o paciente é sensível? Não há como saber, a não ser expondo o paciente ao medicamento. A reação do paciente ao medicamento é única e imprevisível. Pode-se, no máximo, suspeitar que a probabilidade de ocorrer seja maior ou menor, caso o paciente já tenha apresentado sensibilidade antes. Vejo, no meu dia a dia, que a maioria dos pacientes não tem a menor ideia dos possíveis efeitos indesejados decorrentes dos medicamentos que eles usam.
Antibióticos devem ser usados com critérios bem estabelecidos. Em primeiro lugar, só devem ser usados quando são realmente necessários. Em segundo lugar devem ser usados exatamente nas doses prescritas, nos horários determinados e pelo tempo indicado. Não mais, não menos. Antibióticos são excelentes armas se forem usados corretamente. Caso contrário, podem produzir mais mal do que bem. E, mesmo usados corretamente, podem produzir efeitos a curto e a longo prazo. Alguns desses efeitos são conhecidos enquanto outros só estão sendo revelados agora.
Há não muito tempo, cerca de 3 anos, antibióticos eram vendidos livremente em nosso país. O consumidor só tinha que ir à farmácia, comprar o medicamento e usar a esmo. Até que enfim a venda dos antibióticos passou a ser controlada no Brasil. A venda restrita, ou seja, apenas com prescrição médica, já acontecia em outros países há décadas. Há duas boas razões para esse controle: a possibilidade de reações adversas nos pacientes e o surgimento de bactérias resistentes aos antibióticos. No organismo há bactérias úteis, algumas até necessárias para nossa saúde, e bactérias potencialmente perigosas. Os antibióticos não eliminam todas as bactérias do organismo, apenas algumas, aquelas que são sensíveis a eles. Portanto, podem eliminar bactérias úteis também. As outras, as que sobrevivem ao antibiótico, então podem proliferar e causar outras doenças. Essas doenças são, portanto, causadas por bactérias resistentes a pelo menos um antibiótico. Essa é uma situação que está fugindo ao controle. Temos cada vez mais bactérias resistentes e menos antibióticos eficazes.
Li recentemente um relatório publicado pelo CDC (Center for Disease Control and Prevention – Centro de Controle e Prevenção de Doenças), instituição governamental de saúde, baseada nos Estados Unidos, que fala sobre os perigos da resistência bacteriana aos antibióticos. O relatório encontra-se no site: http://www.cdc.gov/…/threat-rep…/pdf/ar-threats-2013-508.pdf . Ele contém informações sobre o estado atual da resistência bacteriana aos antibióticos nos Estados Unidos. Acredita-se que cerca de 50% das prescrições de antibióticos seriam desnecessárias, ou seja, o paciente poderia ter se recuperado sem o medicamento. Também seria desnecessário o uso sistemático de antibióticos na criação de animais e produtos derivados que nos servem de alimentação. O uso indevido e o manejo inadequado de antibióticos em muito contribuem para o surgimento da resistência bacteriana. Estima-se que mais de 2 milhões de casos de doenças são provocadas por bactérias resistentes a antibióticos a cada ano. Não temos nenhum relatório sobre o assunto no Brasil.
Sabe-se que, a cada década, é cada vez menor o número de antibióticos descobertos e desenvolvidos pela indústria farmacêutica e é cada vez maior o número de bactérias resistentes aos antibióticos existentes. A situação é alarmante.
Mas a guerra sistemática contra as bactérias usa outras armas além de antibióticos. Sabonetes bactericidas e enxaguantes bucais são usados para reduzir o número de bactérias nos meios em que atuam. Não entendo por que usá-los no dia a dia, sem uma razão específica. Eles costumam destruir o equilíbrio da flora normal que habita nossa pele e boca, tornando nosso organismo mais vulnerável a doenças.
Temos que aprender a viver em equilíbrio, inclusive com as bactérias que nos habitam e que estão presentes no meio em que vivemos.

14 de outubro de 2016

NOSSO MAIOR PROBLEMA É O SE SENTIR DIFERENTE DOS OUTROS

Ser psicólogo significa ficar sabendo que as pessoas sofrem em silêncio por pensar que são problemáticas. E poucos além do psicólogo têm condições de saber o tanto que as pessoas sofrem por causa disso. Pois, na vida social do dia-a-dia, essas pessoas não aparentam problema algum, e muito menos deixam transparecer que sofrem em silêncio acreditando serem problemáticas. O psicólogo é um dos poucos com quem elas se abrem e falam a respeito. Portanto, ele é um dos poucos capazes de compreender a gravidade desse fenômeno. Pois, há pouquíssimo bom-senso na definição que as pessoas dão para ‘problema’. Geralmente, elas entendem que ‘problema’ é tudo aquilo que foi e está sendo criticado nelas com frequência pelos outros. Também é comum elas acreditarem que ‘problema’ é tudo que se encaixa num diagnóstico psiquiátrico. Será que eu sou bipolar? Será que sou esquizofrênico? Mal passa pela cabeça delas que os problemas tratáveis com a ajuda de um psicólogo são apenas aqueles que incomodam a própria pessoa, independentemente do que os outros pensam e independentemente de qualquer diagnóstico. Procurar um psicólogo por conta das reclamações dos outros não vai resolver o problema. Se a reclamação é dos outros, o problema também é deles. Se os outros reclamam tanto do nosso jeito de ser, talvez nosso problema não seja exatamente aquilo que eles criticam, mas o simples fato de nos incomodarmos tanto com o que eles dizem. Esse sim é um problema que pode ser tratado com a ajuda do psicólogo, se a pessoa quiser. Semelhantemente, independentemente de haver um diagnóstico psiquiátrico ou não, o tratamento com o psicólogo só terá sentido se a própria pessoa estiver infeliz com a vida que leva. Os diagnósticos psiquiátricos não explicam nada e não fazem com que ninguém se torne problemático por si só; a função desses diagnósticos é apontar possíveis direções para o tratamento, caso a pessoa esteja interessada.
Mas, se a situação, seja ela qual for, estiver incomodando, então estamos diante de um problema. E estamos diante de um problema simplesmente porque a situação está incomodando. Após o caso ter sido descrito e explicado, o psicólogo precisa perguntar a razão do incômodo. E não será surpresa alguma descobrir que a razão do incômodo é simplesmente a sensação de aquela situação ou dificuldade nos tornar diferentes de todos os outros. As pessoas em geral acreditam que somente elas passam por certas situações ou sofrem com algumas dificuldades, e a razão de se sentirem problemáticas é justamente o sentimento de inadequação que isso lhes causa. Todos nós vivemos num mundo de aparências, um mundo em que nos esforçamos ao máximo por esconder nossas fraquezas. Raras são as pessoas que falam abertamente de suas dificuldades; raras são as que não têm vergonha de mostrar suas falhas. No entanto, não somos capazes de fugir da humanidade que existe em cada um de nós, essa humanidade cheia de medos e dificuldades que muitas vezes não enxergamos nos outros; e o sentimento de inferioridade que se enraíza a partir daí passa a ser o verdadeiro problema. Na verdade, talvez esse seja o grande e único problema que nos aflige.
Nascemos num mundo em que as pessoas se esforçam por esconder o que sentem e o que pensam. Assim, nascemos num mundo repleto de condições para nos sentirmos sozinhos e diferentes dos outros. Cada um de nós, no fundo, é ressentido com o mundo por causa disso; alguns mais, outros menos; mas, o ressentimento é universal, creio eu. Porém, se por um lado cada um de nós se ressente com esse jeito de todo mundo ser, por outro cada um de nós também se tornou parte do mesmo problema que tanto nos magoa. Pois, nascidos num mundo governado pela aparência de perfeição, nós também nos esforçamos por passar a imagem de perfeição a todos; nós também aprendemos a esconder nossos sentimentos, maquiar nossas falhas, diminuir nossas dificuldades; também nos tornamos, para os outros, a causa de eles se sentirem diferentes de todo mundo. Não adianta reclamar das pessoas e esperar que elas mudem; não adianta esperar que elas se tornem mais abertas e sinceras a respeito de seus sentimentos para fazermos o mesmo. Em cada pessoa existe alguém que está esperando a mesma iniciativa de nossa parte. Todos esperam que os outros comecem a fazer primeiro; e, se todos esperam, ninguém faz nada. É preciso perder o medo de mostrar nossas fraquezas, nossas falhas, nossos medos, nossas dificuldades. Não adianta responsabilizar o mundo por não sabermos fazer isso. O mundo é feito de outras pessoas que também não sabem fazer o mesmo. Se ninguém sabe fazer, é preciso que todos aprendam. E isso é o tipo de coisa que a gente aprende só de ter a vontade sincera de aprender a fazer.

4 de outubro de 2016

A criança não se preocupa com o futuro. Ela confia nos adultos que cuidam dela e acredita que eles são capazes mantê-la segurança. A criança que se sente segura agora não se preocupa com sua segurança amanhã. A insegurança quanto ao futuro é experimentada agora, e quem experimenta a insegurança agora se sente inseguro agora. Assim, quem se sente seguro agora não teme o futuro; e quem não teme o futuro não precisa se preocupar com ele. Por essa razão, a criança não é nem otimista nem pessimista. Só é otimista ou pessimista quem se preocupa com o futuro, e esse tipo de preocupação não diz respeito à criança. Só se torna otimista quem aprende a se preocupar com o futuro; portanto, o otimista teme o futuro tanto quanto o pessimista. Como começamos a nos preocupar com o futuro? Começamos a nos preocupar com o futuro quando entendemos que não há nada ou ninguém que possa garantir nossa segurança no presente; e se nossa segurança no presente não está garantida, estamos sujeitos a sofrer com imprevistos desagradáveis a qualquer momento... a qualquer momento futuro. É para mitigar a ansiedade causada por essa insegurança que passamos a buscar fórmulas mágicas que nos garantam, no futuro, a segurança que não conseguimos mais encontrar no presente. Essas fórmulas podem ser encontradas em diversos lugares: Na superstição, na religião e... na crença do pensamento positivo.
Em nossa sociedade, há um culto em torno do pensamento positivo. As razões que o fundamentam até parecem sensatas. Seus defensores dizem que o desânimo não leva a lugar algum e que o pessimismo cria obstáculos invisíveis, mantendo-nos presos a eles. Dizem também que o otimismo ajuda a enxergar mais possibilidades de êxito e ainda nos dá motivação para tentar realizá-las positivamente. Tudo isso é muito verdadeiro. Mas, o esforço que as pessoas despendem para manter a atitude otimista e o pensamento positivo sempre operantes não se explica totalmente por essas razões. Há muito mais no otimismo das pessoas do que a simples necessidade de se manter a mente aberta para as possibilidades à nossa frente e a disposição em alta para enfrentá-las. É claro que há muito mais. É a simples existência do otimismo que nos denuncia esse fato. Pois, só há otimismo onde há medo do futuro, e o medo nada mais é que a crença na possibilidade de as coisas darem errado. Mas, o que é o otimismo senão a crença na possibilidade de as coisas darem certo? Não é isso, pelo menos, que o otimismo parece ser? Entretanto, quem realmente acredita que as coisas darão certo jamais se torna otimista. Quem de fato nutre essa crença vive como as crianças que nunca se preocupam com o futuro. Se o otimismo ainda persiste apesar de todo nosso esforço em acreditar que as coisas darão certo, então o medo ainda prevalece. Se o medo do futuro não prevalecesse, o otimismo não persistiria. Se o otimismo persiste, então, apesar de todo nosso esforço em acreditar na possibilidade de as coisas darem certo, a crença na possibilidade de elas darem errado ainda é maior. Nosso medo do futuro é maior que nossa confiança nele; é por isso que continuamos otimistas sempre!
A atitude otimista e o esforço em manter o pensamento positivo sempre operante são tão importantes para nós porque jamais aprendemos a enfrentar com maturidade a incerteza quanto ao futuro. Desde que perdemos aquela sensação natural de segurança da infância, direcionamos nossos esforços no intuito de encontrar alguma coisa capaz de nos devolver as certezas perdidas. Mas, as certezas que foram perdidas não podem ser reencontradas; elas nunca foram reais. O mundo real é o mundo da incerteza. Assim, enquanto as incertezas forem, para nós, sinônimo de insegurança, o medo prevalecerá sobre a confiança. Ao invés de sair buscando por certezas, deveríamos ter aprendido a amadurecer nossa relação com a incerteza; deveríamos ter aprendido a encontrar a segurança na incerteza. Não fizemos isso. A lembrança das certezas perdidas era doce demais, e quem já viveu na certeza não aceita a incerteza assim tão facilmente. O esforço de viver buscando no pensamento positivo a certeza de que tudo dará certo produziu em nós tal intolerância com a incerteza do futuro que o menor pensamento de dúvida ou desânimo se tornou capaz de produzir em nós uma ansiedade insuportável. A incerteza se tornou nossa grande fobia. E, para manter essa fobia sob controle, precisamos nos entorpecer com doses diárias cavalares de otimismo e pensamento positivo. É preciso se embebedar de otimismo, mergulhar de cabeça no tonel do pensamento positivo até que a crença num futuro seguro e convidativo se torne delirante. Somos viciados no otimismo; e ao nos deixarmos viciar pelo otimismo, nos tornamos prisioneiros do medo.

30 de agosto de 2016

Hoje fui visitar uma escola e quando lá cheguei havia um aluno do 9º ano (antiga 8ª série) na sala da Diretora. Aguardei que ela fizesse o atendimento dele e quando o aluno retornou à sala de aula, busquei saber qual ocorrência havia determinado sua visita à Diretoria.
A Diretora relatou que o aluno foi encaminhado por dois professores devido ao mau comportamento em classe, marcado por uma agressividade gratuita, principalmente com os professores homens e (descobrimos mais tarde, ao analisarmos melhor a situação), com os professores carecas.
No decorrer do dia a mãe do aluno compareceu à escola e relatou para a Diretora que o filho estava assim desde que ela havia “juntado as escovas” com o João.
Detalhe importante: o João é careca.
Coincidência? Não! Transferência.
O fenômeno da Transferência faz parte da vida de todo ser humano. É irreprimível, pois a pulsão é irreprimível! Segundo Freud é o maior processo da vida. Tudo que fazemos baseia-se em identificações inconscientes que nos levam a fazer escolhas que não sabemos de onde vem, mas que representam projeções do material que recalcamos em nosso inconsciente.
Só para refrescar a memória, recalcar é uma das nossas defesas. O recalque ocorre toda vez que fugimos de algo que desejamos, mas que vai contra os padrões estabelecidos em nosso ideal de ego (valores morais que aprendemos ao longo de nossa vida).
Em outras palavras Transferência é o processo pelo qual o material recalcado “guardado” em nosso inconsciente – desejos, tendências, sentimentos, fantasias, emoções – se atualiza sobre determinados objetos (pessoas (marido/esposas, amizades), coisas (casa, carro, entre outros) e sistemas (profissão, emprego, casamento, por exemplo).
A Transferência pode ocorrer por deslocamento (de sentimentos e emoções) ou por projeção (de desejos, tendências e fantasias).
Há Transferências positivas e negativas. Por exemplo: Você recebe um elogio do seu chefe por alguma iniciativa tomada para melhorar os processos da empresa. Ao retornar à sua sala, elogia sua secretária. Esta é uma situação de transferência positiva. Digamos que você recebeu uma bronca do seu chefe no meio de uma reunião. Acabou o expediente e você foi para casa, lá chegando seu cachorro, feliz por te ver, pula em você, que muito irado o chuta ou repreende com uma grosseria exagerada e desnecessária. Você acabou de fazer uma transferência negativa.
Voltando ao caso do aluno agressivo com os professores carecas, percebe-se claramente o fenômeno da Transferência por deslocamento.
O garoto está deslocando nos professores que lembram o João a agressividade que gostaria de usar com ele, afinal, João é o cara que veio para atrapalhar, para “tirar” dele sua mãe, para “roubar” o amor que deveria ser só seu (ah! o Édipo por aqui!). Na verdade o alvo da raiva do aluno não são os professores, mas a identificação inconsciente que ele faz quando vê a figura do João no professor. Ele está inseguro e bravo com a situação e precisa extravasar isto de algum modo. Por transferência, ele agride os professores, atendendo ao desejo inconsciente de agredir o padrasto.
Cabe à mãe e ao João muita paciência e muito amor para vencer esta situação e ajudar o garoto a superar esta dificuldade, entendendo qual o papel do marido e do filho na vida desta mãe. São dois amores, cada qual com suas características e importância.
Bem... atire a primeira pedra quem nunca fez uma transferência! Ops, cuidado para não tropeçar nas pedras pelo chão!

12 de agosto de 2016

Nelson Rodrigues foi um escritor que sempre criou polêmica com os seus textos. Várias citações dele, até hoje causam discórdia, e uma delas é: “Nem todas mulheres gostam de apanhar, só as normais.”
Mas a verdade é que existem mulheres que gostam sim de apanhar, levar uns tapinhas (até música isso virou...), ser tratada como se fosse uma prostituta, etc. E está errado isso? Não! Cada um sabe muito bem o que quer da sua vida, e se de repente se submeter a coisas desse tipo te dá prazer (e também para quem agride, que é sádico), qual o problema disso?
A culpa e o masoquismo, tem uma ligação muito grande (como também o sadismo), e como a grande maioria das pessoas se culpam constantemente dos pensamentos e ações “erradas” que cometem, automaticamente elas permitem ou criam alguma forma de sofrerem algo como forma de abrandar a culpa que possuem. Pode parecer louco, mas resumidamente falando, é assim. Nos punimos constantemente sem perceber, todas as vezes que nós nos condenamos de algo que fizemos errado segundo os nossos valores.
E qual a relação disso com o sexo? Então, você já deve ter lido em alguns dos meus textos sobre a educação que geralmente as mulheres recebem quando pequenas (crianças), e que não é difícil ocorrer aquela situação da menina (seja ela criança ou adolescente) com a mão na vagina, ouvir algo do tipo “tira a mão daí, é pecado isso! É errado!”. Pronto, foi plantado na cabeça daquela menina que sentir prazer, ou se tocar é algo errado, pecaminoso, ou seja, isso gera culpa!! Preciso explicar o motivo então de algumas mulheres gostarem de serem tratadas de uma maneira “humilhante” ou gostarem de sentir dor durante o sexo? Muitas delas tem uma culpa enorme de estarem sentindo prazer naquele momento, e uma forma de redimir essa culpa é permitir ser “punida” durante a relação sexual. Isso também pode ocorrer com os homens, mas nem tanto nesse sentido de se punirem por sentirem prazer (isso não significa que não pode ocorrer), mas em relação a alguma outra culpa que sentem com coisas do dia-a-dia, ou que sentiram quando criança, e que foram taxativamente culpados por algo que fizeram.
O que é diferente, de uma mulher que não sente culpa em ter prazer, e que se “joga de cabeça” durante o sexo, possibilitando sentir prazer seja de qual maneira for, mas sem se punir por aquilo. E também existe a sensação de se sentir dominada pelo macho durante uma relação, que é biológica na mulher. Em todas as espécias, o macho domina a fêmea e praticamente a obriga a se acasalar com ele, e isso está na nossa genética, isso é natural. Todas as mulheres gostam de se sentir protegidas, dominadas, é aquilo que se diz quando um cara “tem pegada”, o que é diferente de apanhar, se sofrer...
Gostaria que vocês entendessem que em momento algum estou julgando se isso está errado ou não, mas sim abrindo para vocês essa discussão. Se para alguns de vocês, sentir algum tipo de dor ou humilhação durante o sexo for bom, relaxem e gozem!

UM SÓBRIO PEDIDO DE DESCULPAS NUNCA É DEMAIS
Temos dificuldade em pedir desculpas. Preferimos deixar que o tempo resolva as coisas. Somos educados para não deixar transparecer nossas mágoas, para passar por cima de pequenas ofensas, para engolir pequenos “sapos”; somos treinados, enfim, para tratar as pessoas que nos magoaram como se nada tivesse acontecido. Assim, quando estamos em falta com alguém, contamos que essa educação e o desejo da outra pessoa continuar de bem com a gente ajude-a a passar por cima do acontecido sem precisarmos nos retratar. Por que agimos assim? Pedir desculpas significa abandonar nossa posição e abrir mão de nossas razões para dar razão ao outro. Esse abandono e esse bater em retirada podem doer bastante quando, no conflito com alguém, a única coisa que nos resta é nossa posição e nossas razões. Numa situação de conflito, o outro em geral também nos machuca; ele também não abandona suas razões e sua posição. Na angustia e na solidão de termos sido machucados por quem não nos dá razão, a única coisa que nos resta é o apego à nossa posição e às razões que temos para também tê-lo machucado. Pode ocorrer também que o outro tenha suas razões para ficar chateado com algo que fizemos sem que a situação envolva conflito: O descumprimento de uma promessa, de um combinado, ou outra coisa qualquer que, aos seus olhos, configure uma falta nossa. Nesse caso, nossa tendência para deixar o tempo resolver as coisas é ainda maior. Fingimos que esquecemos e esperamos que o outro finja ter esquecido que fingimos ter esquecido. Amedronta-nos o fato que, nesse tipo de situação, as razões que temos para ter quebrado uma promessa ou um combinado não seriam aceitas nem por nós mesmos se estivéssemos na condição dele. E como enfrentar as cobranças de alguém quando a única coisa que temos são razões que nem nós mesmos aceitaríamos em seu lugar?
Abandonar nossa posição e abrir mão de nossas razões significa baixar a guarda e nos expor ao outro; significa abandonar uma posição bem guardada para ocupar outra que é frágil e abrir mão das próprias razões para dar razão a outra pessoa. Por medo dessas conseqüências, mantemo-nos firmes em nossa posição e em nossas razões. Mas, não percebemos que a miséria de estarmos privados da relação com o outro torna qualquer posição frágil e qualquer razão sem sentido. Não há posição mais frágil que a do isolamento afetivo e não há razão que seja suficiente quando usada para convencer a nós e ao outro que estivemos certos ao machucá-lo ou ao faltar com ele. O esforço de se manter no isolamento afetivo e de ruminar as razões que justificam nossas ações é extenuante, desgastante e nos fragiliza emocionalmente. A fragilidade emocional resultante de todo esse esforço é muito maior que a temida por nós no ato de pedir desculpas. Apegar-se às nossas razões quando estamos privados de dar nosso afeto a outra pessoa e de receber dela o seu é apegar-se à miséria. E quando a miséria é a única coisa que nos resta, as considerações sobre se nossas razões são corretas ou não se tornam irrelevantes. Ainda que estejamos convictos de não ter sido possível agir de outra forma, há uma pessoa na relação com a qual o afeto se tornou sufocado no processo. Em vista disso, relaxar as defesas e pedir desculpas produz um efeito libertador. A sensação de libertação é evidente quando, pelo menos de nossa parte, abandonamos a posição do isolamento afetivo, paramos de ruminar nossas razões e manifestamos nosso pesar pelos sentimentos de uma pessoa que se machucou por algo que fizemos.
Que importa se a razão está do nosso lado ou não? Mais que pedir desculpas pelo que fizemos, devemos nos desculpar pelo sofrimento que provocamos nos outros. Se há alguém sofrendo por nossa causa, pouco importa se as razões para agir como agimos são suficientes ou não. Um pedido sóbrio e sincero de desculpas nos liberta, nos reaproxima do outro e pode sensibilizá-lo. E, mesmo que ele não se sensibilize e se mantenha ressentido, pelo menos de nossa parte as vias do afeto estarão abertas novamente; estaremos livres do peso de sustentar razões sem sentido e de nos mantermos na insustentável posição do isolamento afetivo. Já que não podemos voltar atrás e desfazer o que já está feito, pelo menos agora estaremos fazendo o possível para que as coisas se consertem. Fazemos a nossa parte e aceitamos a decisão que o outro tomar. Isso já é suficiente para aliviar o peso em nosso coração.

3 de agosto de 2016

Conta uma lenda, que na Idade Média, um religioso foi injustamente acusado de ter assassinado uma mulher. Na verdade, o autor do crime era uma pessoa influente do reino e, por isso, desde o primeiro momento se procurou um bode expiatório, para acobertar o verdadeiro assassino.
O homem foi levado a julgamento, já temendo o resultado: a forca. Ele sabia que tudo iria ser feito para condená-lo e que teria poucas chances de sair vivo desta história.
O juiz, que também estava combinado para levar o pobre homem à morte, simulou um julgamento justo, fazendo uma proposta ao acusado para que provasse sua inocência. Disse o juiz:
- Sou de uma profunda religiosidade e por isso vou deixar sua sorte nas mãos do Senhor: vou escrever em um papel a palavra INOCENTE e em outro a palavra CULPADO. Você pegará um dos papéis e aquele que você escolher será o seu veredicto.
Sem que o acusado percebesse, o juiz preparou os dois papéis com a palavra CULPADO, fazendo assim, com que não houvesse alternativa para o homem. O juiz colocou os dois papéis em uma mesa e mandou o acusado escolher um. O homem, pressentindo a armação, fingiu se concentrar por alguns segundos a fim de fazer a escolha certa, aproximou-se confiante da mesa, pegou um dos papéis e rapidamente colocou-o na boca e engoliu. Os presentes reagiram surpresos e indignados com tal atitude. E o homem, mais uma vez demonstrando confiança, disse:
- Agora basta olhar o papel que se encontra sobre a mesa e saberemos que engoli aquele em que estava escrito o contrário.
Por pior que seja sua situação, ninguém conseguirá abater aquele que possuí a fé verdadeira. Mantenha a calma e tenha fé em si mesmo, o resto a vida se encarregará de lhe ajudar, basta ter sabedoria para fazer sua parte.